quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

CASO PAULA OLIVEIRA A mídia no meio da polêmica




O assunto mais comentado na última semana tem sido, sem sombra de dúvida, a polêmica da advogada brasileira radicada na Suíça, Paula Oliveira, como muito bem disse o pai da garota uma vítima, seja “de uma agressão ou de um distúrbio psicológico”.

A história, que parecia ser uma ataque xenofóbico e agora parece estar se revelando como o velho “golpe da barriga”, desencadeou uma série de discussões sobre a falta de checagem na imprensa.
O Observatório da Imprensa traz esta semana vários textos, que valem a pena a leitura, que discutem a atuação da mídia na divulgação do caso.

Na minha opinião, jornais, portais, emissoras e até blogs de jornalistas renomados erraram ao “tomar as dores da brasileira” e assumir o fato como um ataque xenofóbico sem questionar ou apurar o caso de forma mais aprofundada. O que me pareceu pior foi como a imprensa tentou defender a brasileira ao publicar entrevistas de amigos e ex-colegas da advogada afirmando que ela era uma pessoa maravilhosa e incapaz de forjar um ato como o que lhe está sendo atribuído. Ou seja, como se a opinião de alguns conhecidos tirassem o fato de que Paula Oliveira pode sim sofrer algum tipo de transtorno mental que a levou a se autoflagelar ou simplesmente ter forjado a agressão conscientemente.

O que eu espero agora é que a imprensa não mude totalmente de versão e comece a afirmar que tudo não passou de uma farsa. Vale lembrar que o caso ainda está sob investigação.
O Blog do Noblat, um dos primeiros que publicou o suposto aborto da brasileira, apontou alguns questionamentos interessantes. Afinal, porque Paula Oliveira faria algo assim?

“Logo ela que estava pronta para casar com um suíço e continuar morando na Suíça? Logo ela que tem o emprego estável e bem-remunerado de advogada em Zurique da empresa dinamarquesa A P Moeller/Maersk, líder mundial em transporte de contêineres? Paula trabalhou para a Maersk em São Paulo. Convidada pela empresa, mudou-se para a Suíça. Uma pessoa descontrolada emocionalmente, a ponto de retalhar o próprio corpo, seria capaz de desenhar com um estilete a sigla de um partido político nas coxas e na barriga só para conferir credibilidade à história de que fora atacada por três neonazistas?”

Bom, como disse o próprio Noblat, aguardaremos novos fatos. Enquanto isso vale a pena aproveitar o momento para refletir sobre a atuação da imprensa e, para os jornalistas de plantão, pensar o que fariam se tivessem que dar a notícia da suposta agressão que causou aborto. Será que você teria feito diferente? Eu, sinceramente, não sei.

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